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Q1. O que é a campanha “Sobras têm valor e fazem crescer uma flor”?

A campanha “Sobras têm valor e fazem crescer uma flor” visa a promoção da recolha seletiva de sobras alimentares no Município do Montijo.
Esta campanha iniciou-se a 5 de outubro de 2023 nos Bairros Periféricos da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro e irá evoluir progressivamente até abranger toda a área territorial do município.

Q2. Qual a quantidade média diária de lixo produzido por um habitante do Montijo?

Por dia, em média, cada habitante do Montijo produz 1,40 kg de resíduos, em que 0,47 kg são sobras alimentares e 0,10 kg são resíduos verdes, num total de 0,57 kg de biorresíduos, que corresponde a 40,7% do total dos resíduos produzidos.

Q3. Qual a quantidade média anual de lixo produzida por uma família do Montijo, constituída por quatro membros?

Uma família de quatro pessoas produz, por ano, aproximadamente 2 toneladas de resíduos, dos quais, cerca de 832 kg são biorresíduos. Desta quantidade de biorresíduos, o maior peso corresponde a sobras alimentares e o restante são resíduos verdes de jardins.

Q4. Qual a quantidade de lixo produzida anualmente no Montijo?

Os munícipes do Montijo produzem, aproximadamente, 27 500 toneladas de resíduos anualmente. No espaço de 10 anos são 275 000 toneladas. No tempo de vida de uma pessoa (70 anos) serão 1 925 000 toneladas. Uma montanha de resíduos!
As 27 500 toneladas anuais de resíduos, no concelho do Montijo representam um grande problema, se simplesmente forem depositados em aterro e não forem tratados e valorizados.
O espaço necessário para depositar 27 500 toneladas anuais é de 57 000 m3, equivalente a um campo de futebol com a altura de um prédio de 2 andares ou 1 727 contentores marítimos.
Sem o tratamento e valorização destes resíduos, ao fim de 10 anos, o campo de futebol terá uma altura de um prédio de 20 andares.

Q5. Para onde vai o lixo produzido pelos habitantes do Montijo?

Os resíduos produzidos pelos habitantes do Montijo e dos outros concelhos de Setúbal são levados diariamente para o aterro sanitário localizado na zona de Palmela. Este aterro ocupa uma área de 43 hectares (cerca de 43 campos de futebol), tem uma capacidade máxima de 5 459 484 toneladas e entrou em funcionamento em 1997. Atualmente, este aterro sanitário está a chegar ao limite da sua capacidade e a curto prazo será necessário construir um novo em local ainda por definir.

Q6. O lixo que produzimos é um Problema?

Os resíduos produzidos são um problema se forem encarados como algo sem valor, que apenas pode ser depositado em aterro. Esta abordagem acarreta, entre outros, o problema do espaço necessário para a construção de aterros, a perda definitiva de todos os recursos utilizados na produção e transporte do produto original, bem como a perda do potencial do resíduo ser reaproveitado como novo produto ou recurso.
Este problema pode ser minimizado se os resíduos forem considerados como um recurso que pode ser valorizado, sendo necessária a sua correta separação e encaminhamento no momento em que cada pessoa considera que um produto se torna num resíduo.

Q7. O que é a recolha seletiva de sobras alimentares?

A recolha seletiva de sobras alimentares é um processo que envolve a separação e coleta de resíduos alimentares específicos, a fim de promover a sua gestão e tratamento adequados. O objetivo é reduzir o desperdício alimentar e direcionar esses resíduos para atividades mais sustentáveis, como a compostagem ou a produção de energia.
Os principais pontos deste processo são:
- Separação das sobras de alimentos de outros resíduos sólidos, como o plástico, o papel, o vidro e outros, na sua origem, que são as residências, restaurantes, escolas e instalações comerciais e industriais.
- Recolha seletiva das sobras alimentares em recipientes específicos, neste caso os contentores castanhos.
- Tratamento das sobras alimentares recolhidas através da compostagem, que transforma estes resíduos em composto orgânico rico em nutrientes para uso agrícola, ou através da digestão anaeróbia, que os converte em biogás e fertilizantes.
- Redução do desperdício ao permitir aproveitar resíduos que seriam descartados em aterros sanitários. Este aproveitamento acrescenta benefícios ambientais, económicos e sociais, que incluem a redução da emissão de gases de efeito estufa, a conservação de recursos naturais e o apoio a programas de segurança alimentar.
- Sensibilização da população sobre a importância de cada um na redução do desperdício alimentar e da valorização dos resíduos orgânicos.
A recolha seletiva de sobras alimentares desempenha um papel fundamental na transição para um sistema mais sustentável de gestão de resíduos e na promoção da consciência coletiva sobre o impacto ambiental do desperdício de alimentos.

Q8. Como é que se pode reduzir para metade a quantidade de resíduos enviados para aterro sanitário?

De um modo geral, 40% a 50% dos resíduos indiferenciados que são enviados para aterro sanitário, são materiais orgânicos que podem ser valorizados.
Se todos contribuírem com uma separação adequada das sobras alimentares e restantes materiais orgânicos que compõem os biorresíduos, é possível desviar de aterro sanitário esta fração que representa cerca de metade dos resíduos que atualmente para aí se enviam.

Q9. Como posso aderir ao projeto “Sobras têm valor”?

Se é residente numa das áreas incluídas nesta fase do projeto ou é representante de estabelecimento onde se confecionam refeições, pode solicitar a sua adesão, entrando em contacto connosco.
Contacte o projeto “Sobras têm valor” para saber se pertence à área abrangida e solicite a sua adesão. O levantamento do cartão de abertura dos contentores com fechadura eletrónica é feito nas instalações da Casa do Ambiente.

Q10. Como posso colaborar da melhor forma ao colocar as minhas sobras alimentares no contentor na rua?

Para a correta deposição das sobras alimentares nos contentores na rua, deve dirigir-se ao contentor castanho mais próximo da sua residência, com as suas sobras alimentares separadas e sem contaminação com outros resíduos.
Se o contentor possuir fechadura eletrónica, aproxime o seu cartão até acender a luz verde indicativa que a tampa se encontra destrancada. Coloque as suas sobras alimentares no contentor e feche a tampa com cuidado.
Se o contentor não tiver fechadura eletrónica instalada, basta abrir a tampa e colocar as suas sobras alimentares no interior, tendo o cuidado de fechar a tampa no final.
Não coloque outro tipo de resíduos no contentor castanho, uma vez que assim contaminará as suas sobras alimentares e as dos outros utilizadores.

Q11. É necessário utilizar o cartão eletrónico para abrir o contentor castanho para as sobras alimentares na via pública?

Existem contentores fechados por fechadura eletrónica com necessidade de utilização de cartão próprio.
Este dispositivo tem como objetivo garantir uma deposição responsável de sobras alimentares, com uma menor contaminação dos materiais recolhidos, de modo a ser possível a sua valorização nas melhores condições.
Existem, no entanto, contentores de acesso livre, que não requerem a utilização de cartão de abertura. Esta situação deve-se à necessidade de reforço de contentorização, sendo que progressivamente será instalada fechadura eletrónica nesses equipamentos.
Em resumo, se reside numa das áreas de implementação deste projeto, é sempre preferível proceder à adesão prévia e solicitar um cartão para abertura dos contentores.

Q12. Há obrigações legais na separação de sobras alimentares?

No caso específico dos biorresíduos, o regime Geral de Gestão de Resíduos determina que até 31 de dezembro de 2023, as entidades responsáveis pelos sistemas municipais de gestão de resíduos urbanos, neste caso a Câmara Municipal do Montijo, deverá ter operacionalizada a recolha seletiva desta tipologia de resíduos:
- A nível doméstico, através de recolha seletiva ou compostagem doméstica e/ou comunitária;
- A nível de restauração e indústria (Horeca), através da recolha seletiva.
Para além dos biorresíduos, a Câmara Municipal do Montijo deverá operacionalizar sistemas de recolha seletiva de papel, metais, plástico, vidro, têxteis, óleos alimentares usados, resíduos perigosos, resíduos de mobiliário e outros resíduos volumosos e resíduos de construção e demolição resultantes de pequenas reparações e obras de bricolage em habitações. Estas recolhas seletivas têm o intuito de garantir que a partir de 2030, nenhum resíduo adequado para reciclagem ou outro tipo de valorização, em especial os resíduos urbanos, seja enviado para aterro, uma vez que este destino será proibido para estes resíduos.

Q13. Existe monitorização dos biorresíduos em cada contentor?

Sim, no momento da recolha, é medida a quantidade recolhida e monitorizado o nível de contaminação das sobras alimentares em cada contentor.
Os dados obtidos permitem ao Município avaliar a implementação de um sistema de incentivo aos munícipes que participam efetivamente e de forma comprovada, no processo de separação e valorização das sobras alimentares.

Q14. De que outra forma posso ajudar na campanha “Sobras têm valor”?

Pode ajudar através da partilha dos conteúdos que vão sendo publicados nas nossas páginas das redes sociais, através da informação a familiares e amigos da importância da adesão ao projeto e através da partilha connosco das suas experiências e exemplos, com texto, fotos e vídeos.

Q15. Este projeto vai ajudar-me a mudar o estilo de vida?

Mudar para um estilo de vida mais sustentável e saudável é bom em todos os aspetos, económico, ambiental, social e pessoal. Para que tal suceda, é necessário agir e fazer escolhas positivas e conscientes, encontrando novas formas de nos relacionarmos com o ambiente e com as pessoas. Pode começar por se informar sobre as suas opções, escolher as que melhor se adaptam ao seu caso e gradualmente ir fazendo as mudanças que lhe forem favoráveis. Pode ter boas surpresas.

Q16. Quais as vantagens da recolha seletiva das sobras alimentares?

Existem muitas vantagens na recolha seletiva de biorresíduos, tais como:
- Redução da quantidade de resíduos sem tratamento ou valorização enviada para aterros sanitários, aumentando o tempo de vida útil destes, o que reduz a necessidade de instalação de novos aterros;
- Redução da produção de lixiviados, que são líquidos perigosos com elevada carga poluente, resultantes da decomposição da matéria orgânica e da infiltração de água da chuva e correspondente redução do risco de contaminação de solos e aquíferos;
- Proteção dos solos contra a degradação ao melhorar as características produtivas do solo com a aplicação do biofertilizante produzido;
- Contribuição para a preservação do ambiente, através da redução da formação de metano (CH4) e outros gases com efeito de estufa resultantes da decomposição da matéria orgânica nos aterros. Isto contribui para a melhoria das condições ambientais e de saúde da população;
- A utilização doméstica de compostor (equipamento relativamente barato e simples de manter, se tiver espaço disponível) permite a transformação dos biorresíduos em composto, reduzindo o mau cheiro do lixo e uma diminuição de insetos nos contentores. O composto formado pode ser uma fonte de rendimento, uma vez que pode ser utilizado no cultivo de alimentos em hortas.

Q17. O que não deve ser misturado com as sobras alimentares e porquê?

Os resíduos que não se devem misturar com os biorresíduos são todos os que tenham sistema de recolha seletiva específico, tais como embalagens de plástico/metal, vidro e papel/cartão, óleos alimentares usados, medicamentos sobrantes ou fora de validade e embalagens de medicamentos, cápsulas de café, pilhas, lâmpadas, têxteis, entre outros.
Também não devem ser misturados resíduos não biodegradáveis ou com potencial de contaminação por saúde pública, tais como fraldas descartáveis, excrementos de animais, lixo de wc, líquidos (molhos, leite, sopa, etc.), beatas, talheres e loiça, entre outros. Estes resíduos devem ser colocados no contentor de resíduos indiferenciados (lixo normal).
Os resíduos referidos, quando misturados com os biorresíduos, prejudicam o processo de tratamento e retiram valor ao produto final, reduzindo-lhe a qualidade. Qual o interesse, que teria em utilizar composto com restos de plásticos e beatas (por exemplo) na sua horta, ou nas suas plantas?

Q18. Como são valorizadas as sobras alimentares?

Com a separação e colocação das sobras alimentares, que podem ser restos de fruta, legumes, carne, peixe, pão, bolos, cascas de ovos, borras de café, saquetas de chá, guardanapos de papel, entre outras, no contentor castanho, está a contribuir para que tenham um destino com valor.
Esses materiais seguem para tratamento biológico, onde a sua decomposição natural pode produzir combustível (biogás), energia (através da queima do biogás, para produção de eletricidade) e o composto (biofertilizante que é o produto final).
Este composto orgânico, de qualidade superior, pode ser usado em hortas, jardins e estufas, assegurando produções de melhor qualidade.

Q19. A compostagem doméstica pode ser uma alternativa?

Sim, a compostagem doméstica pode ser uma alternativa, assim como um complemento à recolha seletiva promovida pela Câmara Municipal do Montijo.
Se dispuser de espaço a nível doméstico, pode usar um compostor (equipamento relativamente barato e de simples manutenção) e fazer compostagem das sobras alimentares, bem como de desperdícios de vasos, jardim ou quintal e produzir o seu próprio composto.

Q20. Quais os benefícios da compostagem doméstica?

A nível individual e familiar fazer compostagem ajuda ao envolvimento dos cidadãos numa mudança do estilo de vida e na compreensão de alguns ciclos da natureza, que se encontram um pouco esquecidos, principalmente no seio das famílias que residem em áreas urbanas.
À escala comunitária, a prática da compostagem caseira contribui para a redução da necessidade de recolha e transporte de cerca de 50% dos resíduos produzidos, uma vez, que mesmo efetuando a separação dos biorresíduos, existe a necessidade de os transportar para o seu ponto de tratamento.
Para uma família de 4 pessoas é estimada a redução de transporte de cerca de 832 kg de biorresíduos para tratamento, anualmente.
Em geral, ao compostar a matéria orgânica que se produz em casa ou jardim, existe o benefício de se obter de um excelente produto para adubar o solo usado na agricultura, horticultura e jardinagem. É uma forma de evitar o desperdício de resíduos vegetais e sobras alimentares integrando-os no ciclo de nutrientes e diminuir o seu peso no sistema municipal de recolha e tratamento de resíduos.

Q21. Onde posso obter mais informações por parte do município?

Pode obter mais informações através dos contactos do projeto.
Contactos: (+351) 93 456 01 89 (Dias úteis das 09h00-12h30 e das 14h00-17h30 / Email: sobrastemvalor@mun-montijo.pt

Q22. A separação de resíduos serve apenas para reduzir o trabalho para as entidades gestoras de resíduos?

Não. O apelo à separação dos resíduos, nada tem a ver com o volume de trabalho que acarretam para os sistemas de gestão de resíduos, mas sim com o objetivo de reduzir a sobrelotação dos aterros com resíduos que poderiam ser reutilizados ou transformados em novos produtos, reduzindo o consumo de recursos naturais na produção desses produtos.
Os exemplos da reutilização de cada tipologia de resíduos para produção de novo produto são variados:
- O vidro é infinitamente reciclável e 1 tonelada de casco de vidro permite produzir 1 tonelada de embalagens de vidro;
- Papel e cartão pode ser transformado em novas embalagens de papel e cartão, evitando assim o abate de árvores, normalmente o Eucalipto e reduzindo a necessidade de plantação dos mesmos;
- O Plástico reciclado pode ser convertido em outros produtos que substituem o uso de plásticos virgens;
- Os Biorresíduos transformam-se composto;
- Têxteis podem ser reciclados e utilizados para acolchoamento ou revestimento térmico quer de casas e carros.
- Produtos compostos, como pilhas e lâmpadas, apresentam tratamentos que permitem recuperar os produtos perigosos que as compõem, evitando a sua libertação para o ambiente.
As possibilidades são tão diversas como o tipo de resíduos existentes e o constante desenvolvimento de novas tecnologias permite alargar esta atividade a novas tipologias de resíduos.
Nunca é demais referir que a responsabilidade sobre os resíduos é de quem os produz, ou seja, a pessoa ou entidade que decide que um produto deixa de ser produto e passa a ser resíduo. Por isso assuma a sua responsabilidade e pratique alguns dos R da política dos resíduos, nomeadamente: REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR, REPENSAR, RECUSAR e REPARAR. Se não consegue praticar alguns, facilite quem pode fazer por si e separe.